Domingo, 27 de Julho de 2025
O Jongo foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) há 20 anos e permanece uma resistência da cultura negra levada adiante por descendentes de pessoas escravizadas de origem Bantu, especialmente do Congo, Angola e Moçambique, que foram trazidas para trabalhar em lavouras de café e de cana-de-açúcar, nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.
A manutenção dessa expressão cultural afro-brasileira característica da região sudeste do Brasil, que reúne ritmo com a percussão de tambores, dança e os versos dos cantos também conhecidos como pontos, se deve, e muito, pela transmissão dos saberes de geração em geração, por meio da comunicação oral ou oralidade, do gestual e da materialidade dos instrumentos musicais.
Notícias relacionadas ao reconhecimento do Jongo como patrimônio imaterial do estado do Rio de Janeiro são ressaltadas pela Mestra Fatinha, 69 anos, uma das lideranças e matriarcas do Jongo do Pinheiral. 'A história preta é oral. Para ser jongueiro tem que fazer vivência. A gente não aprende o Jongo em livro, por isso a gente fala que as nossas comunidades são tradicionais. A gente aprende no dia a dia. O Jongo faz parte da nossa vida', aponta a Mestra.
A presença dessa manifestação cultural é forte no Vale do Rio Paraíba e se mantém em cinco comunidades centenárias dos municípios de Barra do Piraí, Piraí, Valença, Pinheiral e Vassouras, no sul do Rio de Janeiro, entre elas, o tradicional Jongo do Pinheiral, que surgiu da manifestação das pessoas escravizadas da Fazenda São José dos Pinheiros, que pertencia à família Breves. O local é considerado como a origem do jongo.